quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Invasão.

Minhas mãos suavam desde o minuto em que o avião decolou. Meu coração? Estava disparado, podia senti-lo pulsando em minha garganta. O peito estava também cheio de orgulho. É um grande momento na vida de qualquer homem quando você tem a oportunidade de ajudar a defender seu país dos inimigos em época de guerra. E lá estava eu, a bordo de uma aeronave militar especialmente desenvolvida para não ser detectada por radares e soltar, se valendo do efeito surpresa, soldados pára-quedistas no campo de batalha.

O piloto anunciou que nos aproximávamos do local da desova. Iniciamos os preparativos para o salto. Depois de anos de treinamento finalmente tinham me mandado a campo. Era a primeira vez que participava de uma operação dessas e, na guerra, nunca se sabe. Qualquer vez pode ser a última também. Queria que tudo saísse perfeito mas estava difícil manter a concentração com todo o entusiasmo e o nervosismo. A qualquer instante as coisas aconteceriam, mas esperar que a lâmpada vermelha se acendesse, indicando o momento do salto, se equivalia a esperar que a eternidade acabasse.

Mas a lâmpada acendeu. Todos nós ajustamos nossos óculos de proteção e abri a porta permitindo que o vento entrasse com uma força assustadora. Era uma noite escura e fria, perfeita para a operação. 6 soldados fortemente armados e com um objetivo bem definido e crucial para a vitória de nossa nação. No mínimo emocionante poder participar disso. Me posicionei ao lado da porta, escancarada e levantei o braço. Finalmente, o momento do salto chegou. Abaixei meu braço com vigor e, juntando todas as minhas forças e meu orgulho, gritei. Vai! Vai! Vai! Vai! Vai! Vai! Olhei atentamente, mas não consegui ver meus companheiros em meio a escuridão. Era cada um por si até o encontro no solo. Uma lágrima escorreu de meu olho esquerdo. Pura emoção. Desejei sorte a todos. Precisei usar as duas mãos pra fechar a porta do avião.

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